Sinto MUITA falta do passado?
#DicaDePainhoVovôChicoDoCrato69AnosEm2025.

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Há algo de silenciosamente trágico no modo como o tempo nos atravessa. Não o percebemos chegando, mas ele leva, aos poucos, tudo o que amamos: um cheiro de infância, a voz dos que se foram, a inocência de quando ainda não sabíamos que tudo passa. Todos nós, em algum ponto do caminho, olhamos para trás e sentimos que deixamos ali algo de essencial. Não sabemos se foi um momento, uma casa, uma certa pessoa, ou apenas um modo de existir no mundo que já não nos pertence mais. A saudade não é apenas memória é presença ferida, é a alma tocando o que não pode mais tocar, é o eco de um tempo em que, por instantes, tudo parecia inteiro. Vivemos presos entre dois abismos: o passado que não volta e o futuro que não sabemos viver. E no meio disso, o presente, esse instante fugidio que nos exige coragem para continuar existindo, mesmo sem garantias. O tempo, esse escultor invisível, não pede licença para nos mudar. Mas se ele tira, também molda. Nos transforma, mesmo quando sangramos. E talvez o sentido esteja aí: não em resistir à passagem do tempo, mas em permitir que ele nos torne mais humanos. Porque todo ser humano, cedo ou tarde, descobre que viver é também aprender a perder. E que o amor pelo que passou é o que dá profundidade ao que ainda podemos construir