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Vergonha-ChicoDoCrato e JG de Araujo Jorge
Data: 18/07/2016
Créditos:
Vergonha-ChicoDoCrato e JG de Araujo Jorge
Poema de JG de Araujo Jorge - do livro " O Poeta Na Praça " - 1ª edição1981
ChicoDoCrato – Adaptação, Música, Voz, Violão, Sintetizador e Arranjo.
Audacity 080 Ritmo 056 +40 em Sol + , Gravação caseira – gravar em estúdio
Copyright: proibir a cópia, reprodução, distribuição, exibição, criação de obras derivadas e uso comercial sem a sua prévia permissão. A proteção anticópia é ativada.
Vergonha-ChicoDoCrato e JG de Araujo Jorge
Vergonha-ChicoDoCrato e JG de Araujo Jorge
Ouça no link http://www.recantodasletras.com.br/audios/cancoes/70936
Poema de JG de Araujo Jorge - do livro " O Poeta Na Praça " - 1ª edição1981
ChicoDoCrato – Adaptação, Música, Voz, Violão, Sintetizador e Arranjo.
Audacity 080 Ritmo 056 +40 em  Sol + , Gravação caseira – gravar em estúdio
Copyright: proibir a cópia, reprodução, distribuição, exibição, criação de obras derivadas e uso comercial sem a sua prévia permissão. A proteção anticópia é ativada.

Num mundo em que há migalhas e desperdícios
pratos cheios de restos enfastiados
e bocas a salivar sem ter pão;
e em que há crianças tristes, maltrapilhas,
que não terão nem livros nem recreios
nem mesmo infância no seu coração,

num mundo onde os enfermos são tratados
com a caridade irônica dos homens
proprietários dos próprios hospitais;
onde alguns já nasceram infelizes
e hão de viver sem segurança e paz
sem meios de lutar, abandonados;
e outros, trazem do berço as regalias
que hão de inutilizar, despreocupados;

num mundo onde há mãos cheias, trasbordantes,
e há mendigando, pobres mãos vazias;
onde há mãos duras, ásperas , cansadas,
e suaves mãos, inúteis e macias;
onde uns tem casa grande, com jardins,
e outros, quartos estreitos, sem paisagem;

num mundo onde os artistas, prisioneiros,
fazem "roda" nos mesmos quarteirões
sonhando sempre uma impossível viagem;
e há homens displicentes nos navios
carregando kodaks distraídas
que tem mais almas que seus olhos frios;

num mundo, onde os que podem, não tem filhos,
e os que tem filhos, quase sempre lutam
porque não podem construir um lar;

num mundo onde o mais leve olhar humano
vê-se que não há nada em seu lugar,
e onde no entanto fala-se em Direito,
em Justiça, em Razão, em Liberdade;

num mundo, onde os que plantam, pouco colhem,
e os que colhem, não sabem, na verdade,
de onde vem as colheitas que consomem;

num mundo, onde uns jejuam muitos dias
e outros, por vício, muitas vezes comem...
- sinto a angústia fatal de ter nascido
e a suprema vergonha de ser homem!
Enviado por ChicoDoCrato em 18/07/2016
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